Sem limites para aprender a conviver

Por - dezembro 01, 2009

Pessoas com deficiência, qualquer que seja ela, deparam-se frequentemente com o “não”, palavra curta, forte e que se pretende definitiva. O “inventário do não” é feito de maneira instantânea; basta um olhar e lá vêm as frases fatídicas: “não pode”, “não vai dar certo”, não faça”. E as justificativas – quando são dadas - também se baseiam no “não”: “É porque ele/ela não vê, ou não ouve, ou não anda, ou não tem uma perna, ou não tem raciocínio” ou “não está preparado”.
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Assim, o limite ou a dificuldade que a pessoa tem – ou que o outro acha que ela tem, melhor dizendo – é reforçado e aumentado, pois recebe o peso do descrédito ou da negação de sua capacidade.
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Parece que não ocorre, para aquele que diz o “não”, que o ser humano tem uma capacidade infinita, que lhe permite criar, ousar, procurar outros caminhos, talvez ainda não pensados. E daí, alguém tem que ser o primeiro, não?
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E a tecnologia, então? A cada dia, ela nos surpreende, ampliando nossa capacidade, nossa força, nossos sentidos. Ela é uma ferramenta poderosa para derrubar o “não”.
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As pessoas com deficiência intelectual vivenciam o “não” de uma forma ainda mais enfática, vindo de suas famílias, professores, profissionais, enfim, da sociedade como um todo, que as colocam sob tutela, de direito ou de fato.
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Dificuldades, quem não as tem? Apoio, quem não precisa?
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Eles mostram, na prática, que os limites estão cada vez mais tênues, cada vez menos impeditivos, pois a Inclusão avança e abre espaços cada vez mais amplos, envolvendo cada vez um número maior de pessoas – a ciranda cresce, outras pessoas vão chegando e se somam às outras.
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Para dar conta das novas demandas, métodos são desenvolvidos, pesquisas são feitas; o conhecimento avança. As cidades se preparam para acolher, com dignidade, seus habitantes que até então eram “invisíveis” e se tornam lugares bons e agradáveis para todos.
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Essas e muitas outras mudanças só se concretizam porque as pessoas com deficiência – e nesse caso falamos especificamente daquelas com deficiência intelectual - estão presentes. Todos aprendemos, porque todos com-vivemos.
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Elas afirmam, em voz cada vez mais forte: “Sim, nós podemos!”
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Marta Gil
Planeta Educação
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