Comentário sobre o Filme Avatar

Nesta segunda-feira, 18/01, um Artigo do Senador Cristovam Buarque, em seu Blog, nos chamou a atenção. A postagem revelou um olhar cuidadoso e criterioso sobre o mundo, a natureza e a sociedade. As observações do Senador, deixa-nos perceber o nível de compreensão a respeito da humanidade e do Planeta Terra, o modo como a inteligência é usada no filme faz toda a diferença. O que nos parece, pela sua descrição, é que James Cameron consegue unir ficção científica com preocupações acerca do futuro da humanidade e do uso da tecnologia.
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Show de estética/beleza e ética/decência, graças à boa-técnica usada para denunciar a má-tecnica.
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Avatar não é para ser visto como um filme. É para ser vivido como uma experiência. Como um carnaval em Olinda, um fim de semana em Nova Orleans (de antes do furacão Katrina), uma visita a Machu Picchu [...]. Uma experiência que está mais para dentro de nós do que para as imagens em frente, na tela ou na vida.
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Claro que isso é transmitido pelos efeitos especiais, ainda mais pela possibilidade de três dimensões, mas também pelo roteiro e sua oportunidade.
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A história traz toda lembrança da ocupação das Américas com o genocídio e o ecocídio: os milhões de índios destruídos de Norte a Sul do continente e a destruição das florestas, a contaminação das águas e do ar, pelo processo de ocupação que começou nos 1500 e continua até hoje com o sistema industrial em vigor. Serve como denúncia da destruição ecológica levando ao aquecimento global e a todas suas consequências.
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O filme mostra de forma magistral o confronto entre a brutal alta tecnologia alienada contra a natureza e os povos "primitivos" e a suave e integrada convivência entre esses "primitivos" e a natureza. Ainda passa o otimismo, sem ingenuidade, da vitória do suave integrado sobre o brutal alienado. Mesmo que saiamos do filme imaginando que todos os brutos, derrotados e sendo mandados de retorno para a Terra, voltarão em breve e terminarão vencendo e destruindo o equilíbrio ecológico em Pandora.
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O filme é um show a favor da vida e de denúncia do poder tecnológico.
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Sem deixar de nos oferecer o sentimento de gratidão à tecnologia que permitiu o filme ser feito. Mostrando que o problema não está na inteligência e criatividade do ser humano, mas no modo como a inteligência e a criatividade são usadas. A luta não é apenas entre o Coronel que usa as máquinas brutais e assassinas e Jake que opta pela natureza. É também entre os que desenham aquelas máquinas de morte e artistas como James Cameron e sua equipe que usaram a inteligência tecnológica para produzir o show, belo esteticamente e decente eticamente, que é Avatar.
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2 comentários

  1. Eu já assisti o filme e posso dizer que é massa...
    Tudo que Cristovam Buarque falou é verdade.
    Também é uma boa dica de filme!

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  2. Usei com meus alunos.
    Obrigada!
    Cida Turra/ SP-SP.

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